Banco Central eleva taxa de juros em 1 ponto, e Selic chega a 14,25%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (19), elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, levando-a a 14,25% ao ano, o maior patamar desde outubro de 2016. A decisão, tomada de forma unânime, marca a quinta alta consecutiva dos juros e a segunda sob a liderança de Gabriel Galípolo no BC. O movimento já era esperado pelo mercado e segue o forward guidance estabelecido pelo Copom em dezembro, quando a Selic foi aumentada em 1 ponto, chegando a 12,25%.

3/18/20252 min read

Banco Central eleva taxa de juros em 1 ponto, e Selic chega a 14,25%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (19), elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, levando-a a 14,25% ao ano, o maior patamar desde outubro de 2016. A decisão, tomada de forma unânime, marca a quinta alta consecutiva dos juros e a segunda sob a liderança de Gabriel Galípolo no BC. O movimento já era esperado pelo mercado e segue o forward guidance estabelecido pelo Copom em dezembro, quando a Selic foi aumentada em 1 ponto, chegando a 12,25%.

Na ocasião, o BC já sinalizava que novos ajustes de mesma magnitude ocorreriam nas reuniões de janeiro — quando a taxa subiu para 13,25% — e março. Entre agosto de 2023 e maio de 2022, o Copom havia conduzido um ciclo de redução dos juros, estabilizando-os em 10,5%. No entanto, a partir de setembro, o BC retomou o aperto monetário, citando incertezas no cenário econômico, inflação persistente acima da meta e desancoragem das expectativas de inflação.

Para a próxima reunião, em maio, o Copom adiantou que planeja um novo aumento da Selic, mas em menor magnitude do que 1 ponto percentual. A partir de então, as decisões dependerão da evolução do cenário econômico.

No comunicado, os diretores do BC destacaram preocupações com o cenário externo, especialmente em relação à política econômica dos Estados Unidos. O colegiado explicitou sua incerteza “principalmente […] acerca de sua política comercial e de seus efeitos”, em referência às tarifas implementadas por Donald Trump.

No âmbito doméstico, o BC observou uma melhora “incipiente” no ritmo da atividade econômica, mas reforçou que a inflação continua sob pressão. Entre os riscos para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, o BC destacou:

A possibilidade de uma desancoragem prolongada das expectativas de inflação;

Uma resiliência maior do que o projetado na inflação de serviços, influenciada por um hiato do produto mais positivo;

O impacto inflacionário de políticas econômicas externas e domésticas, que podem resultar, por exemplo, em uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

O BC reforçou que continuará monitorando os riscos e ajustando sua política monetária conforme necessário para garantir a convergência da inflação à meta.