O verdadeiro Senhor das Armas: PF investiga líder de esquema que enviou 2 mil fuzis de Miami para o Rio

Frederick Barbieri, conhecido como o "Senhor das Armas", foi condenado pela Justiça dos Estados Unidos por tráfico internacional de armas. No entanto, as investigações revelaram que ele não agia sozinho. A TV Globo apurou que o verdadeiro mentor do esquema seria Josias João do Nascimento, um policial federal aposentado de 56 anos.

3/20/20252 min read

O verdadeiro Senhor das Armas: PF investiga líder de esquema que enviou 2 mil fuzis de Miami para o Rio

Frederick Barbieri, conhecido como o "Senhor das Armas", foi condenado pela Justiça dos Estados Unidos por tráfico internacional de armas. No entanto, as investigações revelaram que ele não agia sozinho. A TV Globo apurou que o verdadeiro mentor do esquema seria Josias João do Nascimento, um policial federal aposentado de 56 anos.

Nesta quinta-feira (20), a Polícia Federal (PF) cumpriu 14 mandados de busca e apreensão na Operação Cash Courier, tendo Josias como um dos principais alvos. Segundo as investigações, o grupo liderado por ele e Barbieri foi responsável por enviar 2 mil fuzis de Miami para o Rio de Janeiro, com destino a favelas controladas pelo Comando Vermelho (CV).

Josias, que teria ligações com uma mansão de alto padrão no condomínio Alphaville, na Barra da Tijuca, ainda não foi localizado pela PF. Até o momento, não se sabe se ele estava no local durante as buscas. O g1 tenta contato com sua defesa para obter mais informações.

Tiros contra a PF

Outro alvo das operações foi Marcelo Lopes Santhiago Geraldo, identificado como miliciano da comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Durante a execução do mandado em sua casa, em um condomínio de luxo no mesmo bairro, Marcelo atirou contra os agentes da PF. Nenhum policial foi ferido, e ele foi preso após tentar fugir. A arma utilizada por ele não possuía registro.

Além das buscas, a Justiça determinou o bloqueio e sequestro de bens e ativos no valor de R$ 50 milhões, ligados ao esquema criminoso.

Origem da investigação

O caso teve início em 2017, com a apreensão de 60 fuzis no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. As armas, do tipo AK-47 e AR-10 — destinadas a tropas de elite —, foram vinculadas a Frederick Barbieri, que já havia sido condenado nos EUA por tráfico internacional de armas. A PF descobriu que Barbieri utilizava pessoas físicas e jurídicas para adquirir imóveis e outros bens, com o objetivo de lavar o dinheiro obtido com a venda do arsenal.

Os investigados responderão por crimes como tráfico internacional de armas, organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa e passiva. A operação segue em andamento, com a expectativa de novas descobertas sobre a extensão do esquema.